sobre abrir o computador e se dar conta de que o tempo que parecia tão distante e disperso por fim enfim passou e somente resta uma semana de vida boa e cabeça nas nuvens. o corpo pede descanso do sol, a alma sonha e se perde em devaneios. os cabelos cresceram, as unhas seguem curtas, nos joelhos hematomas de um verão bem aproveitado. da cor do pecado, de mãos dadas com iemanjá, ela caminha de pés descalços fotografando instantes e respirando leve o ar salgado de maresia. dezembro, janeiro, vira ano, vem gente, muita gente, a casa fica vazia, cerveja, cerveja e cerveja, socorro, respira, comida de mãe, cachorro, gato, passarinhos e migalhas de pão, o pai e as conversas sem fim, aniversário, caminhar com a lua, brincar na praça, sonhar pela tarde, cochilo depois do almoço, rede, comida boa, arroz e feijão, camarão, pastel, churrasco, churrasco e churrasco, mosaico, séries, netflix, irmão amigo parceiro pra tudo, família, prima, amor, mar, gente querida, coração acalentado, sotaque argentino, carinho nos pés, pôr do sol maravilhoso, o mar e o seu infinito horizonte sem fim. gosto de sul, vento nordeste, quente, mar piscina azul celeste, peixes nadando, botos no siriú, os pinheiros, as dunas, as pegadas e toda essa vontade louca de guardar tudo isso numa caixinha cheia de conchas e memórias gostosas. ela sobe pro norte mas o sul nunca a deixa. raízes fortes, chimarrão e gente bonita. os olhos voltam admirados, tanta coisa, tanto tudo e que bom poder relaxar e aproveitar. voa borboleta lilás e vai espalhar teu brilho na selva de pedra. volta, renasce, se enche de energia e volta pra pular o carnaval entre os ladrilhos do centro e os loucos da cidade grande. vai que a festa é grande e o mundo te espera. mulheres e sonhos. vontades e sedes. é chegada a hora de transformar dor em amor e sambar entre os prédios da cidade cinza.
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