a vida pode ser tanta coisa e os dias podem ser bons ou ruins. faz um tempo que eu decidi ser feliz. acho que perdi gente demais e o tempo andou batendo na minha porta e me fazendo querer levar os dias mais leve. o impossível me pareceu real e eu enfim durmo nessa bela cama só. agora me sinto forte pra ser eu e mais nada. com os meus defeitos, minhas indignações políticas, meu lado grossa que salta da minha boca sem querer as vezes e minha ironia cortante. eu ando tentando trabalhar meu lado zen, juro. ando relevando muita coisa. poupando as pessoas de respostas verdadeiras demais, fortes demais. ando aceitando os outros. eu ando impaciente, ansiosa, com saudade e feliz. só queria dar um abraço bem forte na minha mãe e no pai agora, talvez dormir no meio deles no silêncio da zona sul. queria voltar no tempo e ter evitado certas brigas com o meu irmão, ter sido mais presente talvez, mais compreensível, ter chamado ele pras festas... tudo parecia tão difícil antigamente, até pouco tempo atras. o sufoco no peito eu nunca mais senti, ando respirando aliviada. a saudade cada vez fica maior mas a esperança nunca morre e eu sei que eles estão bem sem mim, vão ficar. ficaremos e nunca estamos sós. agente precisou se dar um tempo. tudo é mais claro pra mim agora olhando de fora. talvez seja porque do lado de cá parece mais leve. não sinto como pessoal, não me ofendo. compreendo. todos os lados. e vejo tanto amor ali. como eu não via antes? como eles não veem? agente explode de amor, todos, cada um do seu jeito, mas sempre de verdade. eu quero voar leve pela cidade e ver as luzes dos postes se apagarem ao nascer dos primeiros raios de sol. eu quero o céu azul, os pássaros e os sorrisos dos passantes que acordam cedo e tomam café forte. eu quero o bom humor, a alegria, colorir a cidade cinza e deixar o samba invadir a praça. eu quero o olhar apaixonado da menina virgem, o cheiro de pão fresco da manhã e o aconchego de um ombro amigo. eu quero o meu suspiro no teu ouvido te dizendo coisas belas e te fazendo sentir todo o prazer que tenho em simplesmente estar ali e ponto. eu quero o agora, sem pretensões, sem esperar muito. o instante entre o sopro e o apagar da vela. pluft!
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