solidão noturna, o silêncio é cortado por the XX, intro. isso define tudo. perdida entre livros, j'mappelles, j'sappelles, je suis, jáime... j'aime montréal, j'aime la solitude... fois dans un tout. lá fora menos três graus. a grama sobreviveu à neve, e continua verde, verde, verde... a flor amarela sobreviveu aos cinco dias de solidão e ao quase afogamento provocado por excesso de amor. algumas flores secas, ela se recuperará. o frio e a saudade a fazem ficar em casa. os conteúdos novos a deixam cansada. não é fácil voltar a ser estudante e aprender novamente uma gramática diferente. sempre detestou gramática, verbos e conjugações. regras. mas anda se surpreendendo com sua força de vontade em aprender. não é uma ótima aluna, não é a melhor aluna da classe, não tira belas notas... mas se esforça e cresce a cada dia. continua impaciente e queria ter nascido sabendo tudo. take it easy. respire fundo e viva um dia depois do outro, ok? je vais bien, pourquoi pas? ne se soucie pas des difficultés, veut juste vivre. estava certa quando pensou que o francês lhe encantaria muito mais. ufa. quer patinar pela vida, entretanto porém todavia os patins continuam guardados no armário. sempre existe uma bela desculpa. elle s'appelle portugais, espagnol, anglais et français (um peu). já colocou na lista o italiano e o alemão, está tomando gosto pela coisa. é bom se sentir em casa. avan't hier, hier, aujourd'hui, demain, vendredi... um dia depois do outro, do outro, do outro... d'accord. espera ansiosa a simone de beauvoir e "a lua vem da ásia" que estão chegando em breve treatemente de brésil. assim como o carregador do seu ipod, esquecido nos dias de confusão e extremamente importante. precisa colocar uma trilha sonora na cidade. precisa comer bananas de manhã e voltar a tomar chá, como fazia do lado de lá. outro dia chegou na escola com as roupas pelo avesso. comprou um espelho e agora pode se olhar, se cuidar, se amar. comprou também um abajur em formato de mini refletor, para que não esquecesse do teatro. impossível esquecer, é claro. lê textos em voz alta, faz discursos e interpreta antigos personagens para não perder o jeito da coisa. sente falta de pular, se escabelar, gritar, chorar, sorrir... interpretar. se sente um pouco fora da casinha de vez em quando... as pessoas são tão "corretas" e "comportadas" por aqui. ou será que ela é subversiva demais? comme çi comme ça. sem julgamentos e críticas, vive do seu jeito, sente o que tem que sentir e se joga do vigésimo andar se precisar. se quiser voar. por enquanto anda voando baixinho, com cuidado. as vezes se perde nas curvas, nos ventos e nos desejos. as vezes voa alto de mais e sofre com a queda turbulenta. assim como os esquilos que nos dias de sol saltitam pelo parque e se atiram das árvores na sua frente. aos pouquinhos vai se transformando num esquilo saltitante e quando é necessário se esconde na sua toquinha para se proteger do frio, dos medos, do barulho... de si mesma. Elle est trés bien, merci.
tu es belle, ma petite.
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