22 de maio de 2011

de novo a chuva


cheiro de chuva, barulho de chuva, escuridão... domingo. duas gotas caem silenciosas e escorrem na janela. distantes, se olham, me olham. ficamos as três paradas esperando alguma reação. qualquer movimento ou respiração mais forte mudaria tudo, mas nada acontece. permanecemos em silêncio escutando o som das outras gotas que caem, imaginando quantas coisas poderiam acontecer se uma de nós tivesse coragem de tomar alguma atitude. lá em baixo na piscina uma festa de gotas chuvosas molhadas, que loucas se divertem. e nós aqui paradas esperando o momento certo... fazia tempo que elas não apareciam por aqui, fazia tempo que esse cheiro e essa melancolia não aparecia por aqui. show de luzes no céu. permanecemos paradas, estáticas, entre um silêncio agonizante, uma tensão, uma vontade de se tocar e uma vontade de pular na piscina e ir para festa com as outras gotas. entre indecisões, inseguranças e medos nos olhamos... quando penso em levantar e ir até lá uma delas se assusta e pula na piscina no meio das outras milhões de gotas... a outra automaticamente se assusta e pula atrás. eu corro na direção delas, na esperança de fazê-las mudar de idéia... chove mais e mais... uma chuva forte, barulhenta, molhada... eu olho pra baixo e vejo a festa das gotas na piscina. perece divertidíssimo. não consigo encontrá-las, são muitas e todas iguais. olho mais um pouco. um vento frio me faz morder os lábios e me dar conta de que não quero ir para a piscina com elas... prefiro admirar a chuva aqui da minha janela e esperar por uma gota mais corajosa.

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