28 de abril de 2011

faiscas pulsantes


dentro de uma sala escura estrelas faiscantes brilham e berram entre o frio do ar condicionado e o silêncio dos olhos atentos. interrompida pelas imagens e sons que voam da tela ela se perde nos pensamentos confusos que insistem em se repetir na sua mente. frio, sono e vontade de tomar uma cerveja, sempre. é como se trabalhar e passar o dia inteiro na rua não saciasse a sua vontade de fazer alguma coisa... simplesmente fazer, não importa o que. é como se nunca estivesse completa, é como se a cada semana de novas imagens surgisse um filme na sua cabeça pedindo para ser criado, para ser vivido. e por mais que as ideias fossem brilhantes e viáveis a sua insegurança vinha com tudo no meio desse emaranhado criativo e lhe travava, e nem a lua em áries, nem os elogios a fariam sair do lugar e criar coragem... coragem. há quem diga que era uma pessoa corajosa, eu não concordo, sinceramente acredito que todos deveriam ser assim, ter coragem de assumir o que são para o mundo. enfim, não posso tirar todo o crédito da moça, tirar a máscara hoje em dia é uma tarefa difícil, eu mesma por vezes me acomodo na minha e me perco entre o que sou, o que gostaria de ser e o que querem que eu seja. acabo me confundindo entre essas três personagens e criando um ser novo que eu desconheço... sou como uma gota de chuva grossa que cai, se espalha e some... molhando a cidade em uma segunda-feira fria, cinza e chuvosa.


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