ela caminha em linha reta, sem desviar o ohar, de pés descalços. no chão, ela pisa em um solo gelado e sujo. nos lados, nada, vazio, ela não olha para os lados. e à frente o horizonte, o tudo e o nada juntos olhando pra ela e rindo. ela começa com passos rápidos, milimetricamente calculados, postura ereta, sorriso no rosto. as mãos balançam de acordo com as pernas, rápidas, confiantes. ela vai.
depois de um tempo a velocidade diminui, os pés e as mãos não andam mais juntos, o rosto está sério e um pingo de suor escorre por entre seus olhos, desce pelo nariz e chega na boca. um gosto salgado invade o seu corpo. os ombros caem, a respiração se torna ofegante, as mãos estão inchadas e vermelhas, as pernas doem, os pés estão imundos. ela olha para o chão, ele passa cada vez mais devagar, quase pára. olha para frente e se esquece de onde estava indo. ela não vê nada, só uma imensidão cinza que a cada passo parece mais distante, e mais distante e vai sumindo, e aos poucos tudo vai ficando escuro e silencioso. o corpo cai, os olhos fecham, as vozes, os ruídos e o vento param.
por um segundo nada importa, nada se passa pela cabeça dela, ela não precisa ir pra lugar nenhum, ela não precisa provar nada, ela pode ser nada.
e ela sorri. um sorriso muito mais verdadeiro do que aquele confiante de antes. ela sorri e respira, atirada no chão, com as mãos tocando aquele solo que agora é quente e macio.
o vento vem e entra no seu corpo por todos os buraquinhos. ela finalmente consegue respirar. o ar. aquele ar que carrrega ela. ela sai do chão e a única coisa que ela escuta é o som do vento, dizendo pra ela: "vai". de uma forma suave, baixinha, quase num sussurro, ele diz e repete: "vai".
ela agora voa, de olhos fechados, sorrindo. e ela vai, sem pensar em nada, pra um lugar que ela não faz a mínima idéia onde seja. sem saber o caminho e sem saber o porquê. ela vai com o vento ser ela, o tudo e o nada, juntos.
depois de um tempo a velocidade diminui, os pés e as mãos não andam mais juntos, o rosto está sério e um pingo de suor escorre por entre seus olhos, desce pelo nariz e chega na boca. um gosto salgado invade o seu corpo. os ombros caem, a respiração se torna ofegante, as mãos estão inchadas e vermelhas, as pernas doem, os pés estão imundos. ela olha para o chão, ele passa cada vez mais devagar, quase pára. olha para frente e se esquece de onde estava indo. ela não vê nada, só uma imensidão cinza que a cada passo parece mais distante, e mais distante e vai sumindo, e aos poucos tudo vai ficando escuro e silencioso. o corpo cai, os olhos fecham, as vozes, os ruídos e o vento param.
por um segundo nada importa, nada se passa pela cabeça dela, ela não precisa ir pra lugar nenhum, ela não precisa provar nada, ela pode ser nada.
e ela sorri. um sorriso muito mais verdadeiro do que aquele confiante de antes. ela sorri e respira, atirada no chão, com as mãos tocando aquele solo que agora é quente e macio.
o vento vem e entra no seu corpo por todos os buraquinhos. ela finalmente consegue respirar. o ar. aquele ar que carrrega ela. ela sai do chão e a única coisa que ela escuta é o som do vento, dizendo pra ela: "vai". de uma forma suave, baixinha, quase num sussurro, ele diz e repete: "vai".
ela agora voa, de olhos fechados, sorrindo. e ela vai, sem pensar em nada, pra um lugar que ela não faz a mínima idéia onde seja. sem saber o caminho e sem saber o porquê. ela vai com o vento ser ela, o tudo e o nada, juntos.
lindo lindo!
ResponderExcluirvoa meu amor!
falei de mim.
só de mim.
olha lá
te amo!