no meu relógio são eternamente onze horas. faz um mês que as pilhas acabaram e eu resolvi deixar o horário parado, como se os ponteiros girando não fizessem a mínima diferença. afinal, onze horas é um bom horário, quem precisa de mais? acordo as onze e durmo as onze, como as onze, trepo as onze, choro as onze e me sinto só as onze.
o-n-z-e, dois números um que sozinhos são únicos e que ali juntos continuam sós. assim como eu e tu, juntas somos onze e juntas somos sós.
nos meus dedos uma mistura de cheiro de cebola e maconha, nos meus olhos a maquiagem borrada, na minha boca a pele seca do frio que vem chegando e, no meu pescoço, a tua marca. marca que depois de tantos encontros tu nunca havia deixado, mas, que nesse, que pelo nosso combinado nem deveria ter acontecido, tu deixou. parece até que foi de propósito, só pra eu não esquecer.
eu sei que não foi. nada nunca é de propósito com a gente, as coisas simplesmente acontecem.
essa nossa relação de um e um igual a onze me torna por alguns dias a pessoa mais feliz e alegre do mundo, porque sempre é maravilhoso. pena que esse sempre é quase um nunca, e quase sempre eu sou somente um número um aqui e tu um número um lá.
talvez seja por isso que o meu relógio parou as onze horas. venho a tanto tempo buscando uma coisa nova mas não consigo me desprender de ti. o número onze sempre acaba voltando na minha vida. o teu um solitário sempre encontra o meu um solitário.
somos um, somos onze, somos sós e somos nós.
como poderia resistir depois de um comentário daqueles. também sinto a tua falta. demais. mas também sinto que quando estamos perto é t;ao magicamente intenso como antes! Mas concordo. agora que passou essa locurada filmes vamos nos dedicar a nós mesmas.
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te amo!
sempre!
brigada por hoje!
bah. muito bom o texto, bê. tu tem que escrever mais. muito bom mesmo.
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