sobre a luz suave, quadriculada, que entra pela janela da sala, rebatida do prédio da frente, invadindo a mesinha de trabalho, a cadeira amarela, acariciando as pernas, os dedos entre as coxas, molhadas, os pelos arrepiados, a respiração profunda, a cabeça que vai pra longe, as imagens e os suspiros, o ritmo frenético, o vai e vem do braço, os dedos em movimento, o vai e vem do braço, a cintura que dança em círculos, os dedos cada vez mais rápidos, o vai e vem do braço, o grito, o corpo todo contorcido e o sol cada vez mais forte... o gozo, silêncio, a respiração que aos poucos vai se acalmando, um pingo de suor escorre da testa, os lábios vermelhos, o pulso cansado, as pernas bambas e esse vento lhe fazendo um carinho gostoso no rosto. fecha os olhos, uma lágrima leve escorre e entra salgada na boca. sede. gosto de café. começou o dia.
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