o dia nasceu cinza e a cama pareceu ser o lugar mais confortável da casa. silêncio. vontade de fazer muito e de não fazer nada ao mesmo tempo. toma um banho rápido. se veste meio sem saber pra quê ou pra onde. e a chuva começa a cair do céu suave até se tornar forte e barulhenta. sim, o dia foi feito para se estar em casa e só. e nesses dias cinzas de solidão em são paulo eu só queria a tua companhia gostosa ao meu lado no silêncio da indecisão. andava por aí, entre mares, montanhas e rios. buscava se encontrar, descobrir o que lhe fazia feliz, respirar leve e com calma. a calmaria chegou e no peito dela brota um turbilhão de vontades. são quarenta e oito metros quadrados. uma sala, um quarto, uma cozinha corredor e um banheiro. uma sacada e duas janelas. um espaço pequeno cheio de histórias. eu por cada canto me encontro e te busco nas lembranças. hoje deu vontade de chorar. não sei bem porquê e nem sei se deveria mas simplesmente as gotas começaram a escorrer dos olhos sem parar. saudade. mas tudo vai muito bem. respiro leve enfim meio sem saber muito o que vai ser de mim. eu sei que o tempo cura, que o munda dá voltas e que tudo o que passou passou e muito mais vai passar. sei que logo mais os dias serão poucos e o amanhã virá correndo. o tempo será escasso, as festas intermináveis e o mar companheiro eterno. eu queria morar na praia e vim parar nessa cidade grande cheia de oportunidades. eu queria silêncio e resolveram construir dois prédios entre a minha casa. um na frente e um nos fundos. já não vejo mais a torre da paulista. mas ainda assim quando chove eu corro e coloco as plantas na chuva. vontade de ser elas e me molhar sem culpa. vontade de ser eu e estar satisfeita com o agora e não estar sempre querendo mais. parece que nada me satisfaz ao mesmo tempo que com tão pouco eu me sinto muito feliz.
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