21 de janeiro de 2014

lá em baixo, más al sur.


una mirada en la luna y la otra en la playa... por toda la noche camino sin saber como y tan poco porque. tenía los ojos rojos y los dos pies mirando a la izquierda. tenia fuego en el pelo y las manos negras. era joven, con la piel blanca y la punta de los dedos verde. estava lista para la vida. escuchava canciones de silencio y hablava con las árboles. hablava poco. vivia mucho. tenía hambre de saber, ganas de algo nuevo, de una aventura, de una canción distinta de las que estava acostumbrada... tenía ganas de ir, volar, dejar de nuevo la pequeña provincia que acabava por sufocarla, como siempre... e eram cinco e tantas da madrugada e enquanto os mosquitos a devoravam um homem cantarolava em espanhol ao fundo. foi tanto tudo que se o sangue não descesse pela manhã nada faria sentido... seria sugada de vez pelos mosquitos, não restando nenhum resquício, nem uma única gotícula vermelha que lhe escorresse entre as pernas e manchasse o chão branco, meio bege, da pequena pensão de quinze pesos. estava no topo da montanha, acima do nível do mar, o horizonte lá na frente, a terra no chão, as estrelas lá em cima. na cama lhe fazia companhia uma pequena gata de pelo vermelho e olhos azuis esbugalhados que miava e gemia enquanto o vento sacudia as cortinas da janela. no andar de cima um casal de lagartos corria de um lado para o outro como duas crianças brincando de pega-pega. era quase insuportável escutá-los a noite inteira, a fuga as vezes era a única saída. levantava-se sorrateira, abria a porta e silenciosamente partia em busca do sono... a noite era amigável, a sua frente estavam as pedras e, dançando entre elas, ouvia as ondas que iam e vinham e explodiam e silenciavam. era tão incrivelmente maravilhosa a sensação de estar ali que não precisava fazer mais nada, esquecia da existência, dos problemas, da vontade inquieta de fazer alguma coisa... sentia o cheiro do mar, a brisa fria do vento do sul e fechava os olhos, deixava o sono vir e as esperanças acalmarem o coração palpitante. não era noite de festa, não tinham fogos explodindo no céu nem pessoas brindando com champagne... o ano já havia começado, o outro já havia ficado para trás e dali pra frente tudo era novo e emocionante... para ella era como vivir en un sueño o en una película de almodovar... el olor del silencio con el sonido del rugido del mar eran una mezcla rara de sensaciones... podría por fin respirar y dejar que el sueño llegasse, podría por fin sentir el escalofrío del nuevo y cerrar los ojos con esperanza... como una explosión... le gustava estar lejos, estar alla, con ella, ellos, y todo el amor del mundo. 
(en la pedrera, uruguay, más al sur).

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