Stand by me.
O vento que venta aqui venta
quente em pleno início de
inverno. Quando as árvores já estão todas secas e cinzas, iguaizinhas a essa
que se encontra estampada na minha coxa... um vento que chega com tudo, um bafo
quente que vem lá do sul... tu no puedes comprar el viento, tu no puedes
comprar el sol, tu no puedes comprar la lluvia... uma segunda-feira de calor
dias antes de partir. Ir e vir, voltar... tudo isso me deixa assim uma manteiga
derretida e os dias passam arrastados e intensos. Queria te dizer tantas coisas
que nem sei, nem sei se sei o que sinto porque é tanto tudo que as vezes
confundo e diminuo o sem importância... te diria que sim: eu quero voltar, que
preciso voltar... me deixa ir com esse vento quente delicioso que bagunça os
meus cabelos aqui sentada no balcon, com as luzinhas de navidad acesas como
antigamente... te diria que foi tudo lindo e que só de pensar em não ter mais
isso me cai uma lágrima do olho esquerdo... não sei se um dia encontrarei
alguém tão gêntil como tu, alguém tão sensível, carinhoso e apaixonado. Te levo
guardado em mim como uma pedra preciosa rara e frágil e desejo que sejas tu e
que sejas feliz sempre, acima de tudo... me corta o caração te ver chorar...
Montrel, montreal... um ano de intenso de amor e ódio... tanta coisa, tantas
histórias, cada canto, cada pessoa que passou, cada pessoa que partiu e cada
pessoa que por aqui vai ficar... tantas lembranças, tantas alegrias. Stand by
me. E nessas noites de melancolia ela tenta escrever sem saber muito bem o quê
e termina assim mais leve e relaxada, não tão satisfeita com o resultado mas
conciente de que em alguns dias esse texto vai estar melhor, e um dia talvez
publicável. Pois te publico aqui pra mim, para que não me esqueça dessas palavras.
Te amo montreal, muito obrigada por tudo.
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