26 de julho de 2012

rascunhos abandonados - parte 1

a luz do sol refletida na água assim lhe cegava os olhos e transformava tudo num branco fosco forte cintilante cegante... era como caminhar em direção ao nada, ao incerto, duvidoso. clara engoliu duas pastilhas de coragem com canela e continuou caminhando... os pés sujos sentiam a terra e as pedras pontudas que lhe feriam os dedos, as mãos transpiravam e a boca estava seca. e mesmo assim clara se sentia bem, feliz e confiante. gostava da sensação de não saber para onde estava indo e lá no fundo sentia que por ali o caminho seria interessante... ela só conseguia pensar na água que refletia o sol e no quão maravilhoso seria o momento em que ela se atiraria nua naquela água gelada e saborosa.

pouco tempo parece muito e muito pouco parece tanto, tanto, tanto... ando cansada e sem paciência. o tempo não me acompanha e eu não acompanho o tempo. quando quero parar ele me faz correr sem nem ter tempo de respirar, e quando quero tudo agora e sempre ele me diz "calma" e me manda ficar quietinha pensando na vida. não sei se sou eu ou ele o problema, só sei que andamos discordando ultimamente. o sol vem com tudo e me faz sentir o verão de volta, mas de repente o vento frio e a chuva me fazem querer alguém que me esquente nas noites escuras e geladas de porto alegre. eu comigo mesma tenho dado umas boas voltas por aí, encontrado amigos queridos e outros tantos não tão queridos assim, e não tão amigos. acho incrível descobrir e redescobrir as pessoas com o tempo... algumas nos surpreendem e outras me fazem ver que sim eu sempre estive certa e não devo me arrepender de nada, a vida é assim mesmo, paciência. sei lá, as coisas não andam fazendo muito sentido, continuo como sendo levada, sem saber de muita coisa. confesso que isso me cansa, não ter o controle sobre nada me assusta. é como se eu seguisse uma linha torta em um labirinto ...




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