22 de junho de 2012

sobre o tudo que surge do nada que existe




todos estes que aí estão, atravancando o meu caminho, eles passarão. eu passarinho. eu não quero que o tempo passe. ‏andei me perguntando se esses dias estavam valendo a pena. andei fazendo planos demais, como sempre. sonhei alto, me apaixonei, me desancantei. o calor chegou com tudo e o sol brilha constantemente no céu azul marinho e branco da pequena ilha em que me encontro. queria um dia cinza, de chuva e tempestades, só para poder dar um descanso para os olhos e um refresco para a alma. queria um colo querido, sem expectativas e planos. queria poder te amar hoje e só, sem precisar te prometer um futuro bonito e encontros à luz de velas. queria te amar como tu é, mas fica difícil gostar de alguém que não tem sonhos, que estagnou e que parece que vai ficar ali para sempre... naquela casa bagunçada onde não se pode abrir as cortinas da sala, onde a louça suja se acumula e o gato dominou todos os ambientes. queria conseguir me apaixonar novamente... entretanto, porém, todavia, de novo me sinto na defensiva, bloqueando qualquer coisa que possa um dia vir a se tornar mais... que possa realmente fazer parte de mim, da minha vida, do meu eu tão forte e tão frágil. e ao mesmo tempo me sinto tão bem comigo mesma que é como se não fosse necessária uma nova companhia. é como se já tivesse tanta gente fazendo parte de cada canto meu, de cada braço, perna, pescoço, que já não cabe mais alguém que realmente não vale a pena. fico pensando se tudo isso parece papo de louco ou se somente é a saudade da minha terapia e a necessidade de analisar tudo sempre. enfim, fico pensando muito e descubro que o que eu queria agora mesmo nesse exato momento era estar no circo! brincando com os palhaços, saltando bem alto e fingindo ser trapezista... viajando de um lado a outro nesse mundinho tão grande e pequeno, sem saber muito do amanhã. e no final da noite escutando aplausos e gritos de euforia e sentindo a energia brilhante de uma platéia alegre e satisfeita. the end. os créditos sobem, ela fecha a janela do computador e pluft, desliga tudo, com os olhos cansados. se ela pudesse dar um passo para o lado esquerdo e visualizar o sol que se põe lá longe atrás da montanha talvez ela não tivesse desejado ter saido de lá, daquele buraco quente e abafado, onde as moscas voam barulhentas e as plantas morrem de sede, ou excesso de água. lhe falta ar, lhe falta algo... ela não sabe se sabe e nem sabe o que realmente quer, ao mesmo tempo que quer tanto e tudo. it's a little bit confusing, she know. e escrever anda sendo um petit peu difficile pour moi. assim como manter o raciocínio em uma só língua. assim como manter o raciocínio. assim como não querer dizer as coisas chatas que já ouviu tantas vezes. me deixa em paz no meu canto, ok? só isso. tu é igual a todas as outras, eu já sei. e sinceramente acho muito chato repetir história. e começando do jeito que começou não me parece que vai dar certo e eu não estou aqui para desperdiçar o meu tempo. desculpa. e eu te desculpo também por ter achado que em mim tu encontraria o teu porto seguro. o problema é que eu não quero ser o porto seguro de ninguém, e já estou cansada de cuidar dos outros... te digo: no, merci. e sigo por aí. talvez a gente se encontre em alguma esquina, ou não. ou em algum dos finais não anunciados do nada que existiu... mas as lanternas na janela seguem acesas e brilhantes.

Um comentário:

  1. Sempre esperam de nós mais do que podemos dar, isso é fato. Só queria te dizer que sinto saudades tuas!!! Beeeijos pra minha eterna "Betuxinha" :)

    ResponderExcluir