as palavras me caem como gotas de chuva cinza cintilante. molham minha pele, escorrem pelo corpo... cabeça, boca - geladas e suculentas - seios - arrepios - barriga, coxas - joelhos cortados de quedas sem explicação em noites onde a bebida estava presente... ando caindo ultimamente, sim, de quatro no meio da rua... patético... é como se de repente uma fragilidade tivesse me pegado, me sacudido de um lado pro outro, me dado uns tapas na cara e me largado meio tonta na andradas de noite... é como se eu fosse um bicho aprendendo a caminhar, sem controle dos pés, das pernas, das pedras e dos buracos... no fundo sei que a culpa é das botas e da minha insistência em usá-las mesmo não estando tão frio por aqui... eu já quero o inverno, mas minhas pernas parecem incrivelmente gostar do verão... e assim vamos as duas insatisfeitas, pois nem inverno e nem verão, estamos no outono e um tempo húmido nojento persegue os nosso dias... dias de porto alegrenses provincianos caminhando em linha reta sem olhar para os lados, sem respirar a brisa, sem ver o sol se pôr... mentira. eles reclamam de coisas pequenas e assistem tv sentados no sofá... mas não quero falar sobre isso. quero colocar tudo numa panela gigante e deixar fervendo por um tempo, até evaporar.
29 de março de 2011
porque palavras são como gotas
as palavras me caem como gotas de chuva cinza cintilante. molham minha pele, escorrem pelo corpo... cabeça, boca - geladas e suculentas - seios - arrepios - barriga, coxas - joelhos cortados de quedas sem explicação em noites onde a bebida estava presente... ando caindo ultimamente, sim, de quatro no meio da rua... patético... é como se de repente uma fragilidade tivesse me pegado, me sacudido de um lado pro outro, me dado uns tapas na cara e me largado meio tonta na andradas de noite... é como se eu fosse um bicho aprendendo a caminhar, sem controle dos pés, das pernas, das pedras e dos buracos... no fundo sei que a culpa é das botas e da minha insistência em usá-las mesmo não estando tão frio por aqui... eu já quero o inverno, mas minhas pernas parecem incrivelmente gostar do verão... e assim vamos as duas insatisfeitas, pois nem inverno e nem verão, estamos no outono e um tempo húmido nojento persegue os nosso dias... dias de porto alegrenses provincianos caminhando em linha reta sem olhar para os lados, sem respirar a brisa, sem ver o sol se pôr... mentira. eles reclamam de coisas pequenas e assistem tv sentados no sofá... mas não quero falar sobre isso. quero colocar tudo numa panela gigante e deixar fervendo por um tempo, até evaporar.
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