engraçado... clarice lispector nunca me foi um nome estranho. cresci lendo o nome dela pela minha casa... clarice foi cúmplice da minha mãe por muito tempo, uma amiga. clarice conheceu uma mãe que até hoje eu tento encontrar, re-encontrar... uma menina livre, jovem, que tinha vontade de voar... incrivelmente parecida comigo, com os olhos pequenos e puxados, as bochechas rosas e grandes, e um sorriso contagiante... lendo a biografia da clarice hoje em dia é como se eu estivesse lendo a biografia de uma mãe que eu nunca conheci e que sempre esteve do meu lado... é como se eu tentasse me entender, me aproximar... e cada vez mais me apaixono pelas duas... pela menina de olhos brilhantes que sempre se sentiu uma estrangeira nos lugares onde viveu e pela mãe guerreira e forte que carregou muita gente nas costas e acabou perdendo o brilho e o gosto pelas coisas pequenas da vida... e inevitavelmente eu me sinto muito parecida com ela... e tenho medo... medo do futuro, dos anos que passam, das mágoas que ficam... tento desvendar os mistérios das clarices...
"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..."
que mistério tem clarice... pra guardar-se assim tão firme, no coração...
"Escrevo porque encontro nisso um prazer que não consigo traduzir. Não sou pretensiosa. Escrevo para mim, para que eu sinta a minha alma falando e cantando, às vezes chorando..."
que mistério tem clarice... pra guardar-se assim tão firme, no coração...
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