30 de outubro de 2012

last days e muito amor


foi bonita a festa pai, fiquei contente, e ainda guardo, renitente, um velho cravo para mim. agora as luzes coloridas já estão apagadas, as garrafas de cerveja devidamente depositadas na grande lixeira no final do corredor do hotel... as bitucas de cigarro ainda se encontram por ali, entre pontas abandonadas, meias todavia não utilizadas pois o frio por aqui anda manso e tranquilo, acariciando suas orelhas como um vento morno de primavera avisando que o outono já se vai e o inverno chega logo... chegadas e partidas. corações sensíveis e a saudade agora bate do lado de cá. em cada gota de chuva, em cada céu azul e pôr do sol rosa, em cada folha amarela que cai das lindas e imensas árvores de montreal está uma pontinha de saudade de tudo isso que não sabe quando voltará a ver, sentir, viver... já sente falta dos seus meninos e da sua forma leve de levar a vida, das suas risadas intermináveis, das noites de festa entre amigos, das lutas de cosquinha e de ver o tempo passar sentados no sofá do balcon. da lua cheia, de ser despertada com um buenos dias preciosa, de escutar o lopez miando e se esfregando em suas pernas... já sente falta, já sente... percorrera ruas cinzas e amarelas e na sua bolsa carregava um número enorme de recordações... impossível colocar tudo isso em uma mala e levar para o outro lado do continente, um ano em duas malas de trinta e dois kilos... o vento sul por aqui já está chegando, dizem as más línguas que nem vento é, e sim um furacão... um furacão com nome, data de chegada e partida. um furacão forte e intenso que vai arrastá-la de volta para casa. que casa? e é nessas horas que as perguntas se multiplicam e deixam agente assim mais confusa ainda... ir, voltar, voar... fica difícil escrever, fica difícil ficar parada... e lá fora chove manso e cinza... as palavras se complicam e a vontade é pular na piscina e desfrutar esses últimos dias... ela vai voltar, mas deixará por essas bandas um pedaço do seu coração colorido infestado de amor e saudades... e salta a cerveja estupidamente gelada prum batalhão, e vamos botar água no feijão!

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